terça-feira, 13 de novembro de 2012

LUGRE "ARGUS"

 
Até 1942 o "Argus" com o casco pintado côr de
 sangue de boi,, ano em que toda a frota
 pintou o casco de branco, por motivos de segurança..
"ARGUS": Lugre em aço de 4 mastros de 696 toneladas brutas com um motor propulsor Sulzer de 480 HP.. Construído para a Parceria Geral de Pescarias, Lda., por Dehaan & Oerlemans (Heusen-Holanda) em 1939. Seguiu para os Bancos da Groenlândia no verão de 1939 e pescou sem perder uma campanha até 1970, ano em que foi resolvido não o armar mais para a pesca, por ser considerado antieconómico. Vendido para uma entidade canadiana em 1974.
 
O "Argus" a navegar com vento fresco.
 Após 1957 sem mastro de gurupés
Este veleiro histórico é também reconhecido por ser "irmão" dos lugres "Creoula" e "Santa Maria Manuela", tendo sido construído na Holanda, em 1939. Muito embora o seu desenho seja em tudo idêntico ao dos seus irmãos, o projecto do Argus já compreendeu algumas alterações e melhoramentos. Andou na pesca do bacalhau até 1970, acabando por ser vendido para o estrangeiro em 1974, tal como aconteceu, em 1971, com o Gazela Primeiro, outro dos veleiros emblemáticos da frota portuguesa - este último encontra-se em Filadélfia, nos Estados Unidos da América

O "ARGUS" a navegar nas Caraíbas como "POLINÉSIA II"
Operado pela companhia WINDJAMMER BAREFOOT CRUISES baseado na ilha de St. Marteen esteve a navegar nas Caraíbas como navio de cruzeiros, entre 1974 e 2009, ano em que foi adquirido em leilão, em Aruba, pela Empresa Pascoal & Filhos, S. A., com sede na Gafanha da Nazaré.
O projecto final para o "Argus", será num futuro próximo juntar-se no porto de Aveiro ao seu irmão "Santa Maria Manuela", numa aposta no mercado de turismo, como navio de Treino de Mar. Na companhia dos seus dois irmãos, foi considerado como o último dos "Cisnes Brancos " da famosa frota branca.


A espera que um dia a nação
os reconheça como merecem
O “ARGUS” foi o protagonista da obra que imortalizou internacionalmente a pesca do bacalhau pelos pescadores de Portugal nos inícios dos anos 50, sobre ela, Alan Villiers, oficial da Armada australiana, presença assídua nas páginas do National Geographic Magazine do segundo pós-guerra como repórter das “coisas do mar”, escreveu uma narrativa de viagem de um dos mais belos veleiros da frota bacalhoeira portuguesa. Embarcou no “Argus” em Lisboa no princípio de 1950 para uma viagem de 5 meses a documentar todo o processo da campanha. Após a chegada a Lisboa, Alan Villiers tinha acabado de criar um dos maiores clássicos da literatura marítima mundial, numa escrita límpida, envolvente e muito realista, deu-lhe o nome “A Campanha do Argus”.


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