Antes da era corporativa (1936) a largada dos navios despertava alguma curiosidade popular, atraindo muita gente junto a Belém, onde a frota fundeava para abastecer antes de zarpar para a T.Nova e era tudo.
O lugre "Hortense" na companhia de outros navios da frota, em plena cerimónia da benção em frente aos Jerónimos |
O lugre “Hortense” foi adquirido em inícios de 1933 pela Parceria Geral de Pescarias, Lisboa, directamente ao construtor pela quantia de Esc. 350.000$00. Embarcação de 3 mastros, tinha proa de beque e popa redonda, com 1 pavimento. A carena encontrava-se forrada com cobre e tinha montado um motor de 9 cilindros para virar o cabrestante.
A partir de 1937 em diante, até 1974, a bênção realizar-se-ia sempre por inícios de Maio, quando toda a frota se reunia para uma espectacular largada frente ao Mosteiro dos Jerónimos, espaço mítico e simbólico desde os tempos de Gama e Cabral.
Tripulações da frota bacalhoeira, assistindo frente aos Jerónimos à missa campal, em 1938 |
Este evento de uma só assentada, vem de encontro ao interesse do regime, pois reúne na mesma celebração a Igreja Católica, a Organização Corporativa das Pescas, a Marinha, e Organizações Milicianas de Inspiração Fascista ligadas ao aparelho de Estado.
1938 Navios Bacalhoeiros fundeados no Tejo, frente a Belém e prontos a receber a Bênção pelo então Cardeal Cerejeira e as Autoridades Civis com a presença do então Senhor Almirante Tenreiro, os Bacalhoeiros estão preparados para mais uma viagem de 6 meses mais e menos, uns ficavam na Terra Nova, outros navegavam mais longe, para Groenlândia, porque nesses anos já os Navios Bacalhoeiros a maioria tinham motor auxiliar as velas, por isso eram os lugres motor, mas ainda existiam Navios só de vela, onde a coragem e o espírito de equipa estavam presentes em todos os momentos do dia.
Sem comentários:
Enviar um comentário